Herberto Manuel de Miranda – O Fundador da U.I.T.I.

A Criação desta Instituição

A FUNDAÇÃO CELESTE E HERBERTO DE MIRANDA é uma Fundação privada de direito privado, que foi instituída em 18 de Abril de 1986 pelo Sr. Engº. Herberto Manuel de Miranda e por sua mulher D. Celeste Soares de Miranda, através de Escritura Pública celebrada no 21º. Cartório Notarial de Lisboa.

Foi reconhecida por despacho do Secretário de Estado da Administração Interna de 5/12/1994, publicado no DR, II Série, nº. 302, de 31/12/1994.

A instituição da Fundação destinou-se essencialmente a corporizar e institucionalizar o apoio à Terceira Idade a que o casal dos Fundadores se vinha dedicando desde os anos 70, através da idealização e criação da Universidade Internacional para Terceira Idade (UITI).

A UITI está reconhecida pelo Ministério da Educação, através da Portaria nº. 923/84, de 17 de Dezembro de 1984, publicada no DR, I Série, nº. 290, e é uma instituição pioneira a nível mundial das chamadas universidades séniores, que chegou a ter o estatuto de ONG das Nações Unidas, cujo projecto a instituição da Fundação pretendia assegurar continuidade.

Tal projecto inovador e visionário pretendeu contribuir para evitar o isolamento e promover a inserção social da Terceira Idade, criando, no centro de Lisboa, espaços culturais de convívio, aprendizagem, dinamização cultural e ocupação de tempos livres, destinados primordialmente a reformados.

O projecto da UITI, delineado há quase 40 anos pelos seus Fundadores, continua vivo e é, aliás, cada vez mais actual, como projecto de melhoria da qualidade de vida da Terceira Idade na cidade de Lisboa.

“O dia a dia põe-nos em contacto permanente com problemas sociais que nos atingem, ou no futuro nos esperam. Na senda da vida, aprendemos a observar que à nossa volta, a poucos metros de nós, existem valores e carências nos quais a nossa intervenção, durante os nossos lazeres, pode contribuir para o enriquecimento da comunidade e até para atenuar o sofrimento daqueles que a constituem.
Quando a nova formação me levou a observar a transformação social que se operava, na minha rua e no meu bairro, durante o período de actividade em que nada podemos ver para além dos objectivos profissionais e dos meios de os realizar, verifiquei então que aquela alegria juvenil e a actividade cheia de dinamismo que o caracterizara se havia transformado.
As pessoas deslocam-se mais lentamente, alguns usando bengala – o que aliás lhes dá mais dignidade – parando aqui e além, para uma breve troca de palavras, impossível em casa, onde a família se desmembrou.
Aqueles casais activos, que conheci, que durante a sua vida activa, pode dizer-se, se transformaram em verdadeiros tesouros culturais, apenas vivem… A actividade dos novos não lhes deixa tempo para observar o fenómeno social que se passa à sua volta – o desmembrar da comunidade.
Não temos dúvidas em aceitar que a ecologia está em constante mutação – os conceitos de moral, os hábitos, a alimentação, os meios de transporte e de comunicação são outros – e, por tal motivo, há que considerar um novo conceito de família. Esta, já não se limita à célula familiar, descendentes, ascendentes e servidores.
O conceito de família (dada a mobilidade individual que caracteriza a época em que vivemos e os encargos dos serviços físicos, espirituais e intelectuais de que carece) terá que ser alargado para conceito de comunidade em que o indivíduo se integra, em cada momento, – quer com a sua profissão, quer com os seus recursos e mesmo, até, com a sua idade.
Este conceito de família alargada define comunidades democráticas, em que cada indivíduo, porque vive, tem direitos e não depende dos excedentes materiais que os outros queiram dar – visto que contribui, para a comunidade, com os bens culturais que acumulou durante a sua vida profissional.
É esta transformação de conceitos que leva Vellas, notável investigador e especialista em ciências sociais, da Universidade de Toulouse, a criar, em 1973, as universidades para a terceira idade. Estas, apesar de recentes, estão a atrair as atenções de governantes e do mundo intelectual pelos resultados já obtidos, especialmente, no campo da gerontologia.
Em face de tal movimento, e observando o meu bairro… não poderia ficar quedo. E, assim nasceu, com grande surpresa de muitos, a Universidade Internacional para a Terceira Idade, que despertou, entre nós as atenções para um problema que se está agudizando.
O Seminário, a que estas Memórias se referem, deve-se à vontade e dedicação da Comissão Promotora da UITI e das senhoras que voluntáriamente, deram a sua colaboração; aos participantes, dos quais destaco os Vellas, Bernier e Senhora Ghioldi; aos directores e outro pessoal do Museu da Marinha e do Planetário Caloust Gulbenkian, da TAP e Laboratórios UCB, e, pelo estímulo que representou, a adesão dos ministros: Mário Soares, Firmino Miguel e António Arnault que, com a sua presença no Seminário ou fazendo-se representar, nos deram a garantia que ao chegarmos à Terceira Idade não estamos sós.”

Pessoas importantes na vida da U.I.T.I.

Celeste Miranda

Mestre Ilídio Carrapeto

Aida Nunes Nazaré

Dr. Eduino Borges Garcia

General Firmino Miguel

Dr.ª Halina Szewarc

Padre Lebrete

Professor Dr. Pierre Vellas

Professor Roger Bernier

Dr.ª Susana Ghioldi

E muitos dos mais de 10 000 professores e alunos que têm frequentado a U.I.T.I.